quinta-feira, abril 15

anti-revolutionary

 vem sentar-te comigo íris, à beira do mar. dar-te-ei um cigarro, fruto de um cheiro inexplicável. faz como eu, inspira expira. eram, sensivelmente, por aí sete e meia da manhã, quando íris me bateu à porta. estava eu a dormir, desagradavelmente levantei-me (só pensei no conforto da minha cama, claro!). abri-lhe a porta, e mandei-a entrar. estava ela com uns longos cabelos pretos, de franja recta, lábios pintados batom vermelho, muito pálida e com um pouco de base. pús-me confuso a olhá-la, como se não soubesse que "hoje" é dia de droga. o sono maltratava-me. despachei-me. veste calças, despe calças. veste camisola, despe camisola, assim sucessivamente. bronzeei-me com um bom perfume, e transportei uns lindos óculos de sol que já os tinha há dez anos. bolsos cheios, bolsos recheados de coisas menos adequadas. as míticas coincidências já não se conseguem sair da minha vida. inevitável dizer que apartir do momento em que saímos de casa, caí. deixei-me rebolar por uma pedra mármore desenhada por um tal camponês cá da minha aldeia, ironia ironia. de seguida, sentamo-nos à beira de um lago, de relvado. deitei-me sob ela, abri a mochila. tirei o material, e pús-me de joelhos cruzados. iniciei a jogada do fumo, observei o seguir do seu destino. íris desapareceu. fez-me falta a noite de ontem, a falta de juízo disparou. colhamos flores. "pega tu nelas e deixa-as".

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